A crise do coronavírus trouxe muitas dificuldades para a classe empresarial. Muitos empresários tiveram que demitir funcionários, reduzir jornada de trabalho, suspender contratos e readequar seus custos internos. Isso ocorreu devido ao esfriamento da economia com as medidas de isolamento social e a própria desconfiança do consumidor perante a situação sócio-econômica.
Apesar do cenário adverso, uma boa notícia em relação aos números do impacto. Segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), 76,7% dos empresários da capital não tiveram que fazer demissões durante a pandemia.
Isso mostra que os empresários de Cuiabá tiveram resiliência e conseguiram segurar a economia na maior parte das circunstâncias do mercado, apesar da situação desafiadora.
Pesquisa
Foram realizadas no mês de Agosto 140 entrevistas com empresários da região central e bairros da capital, sendo 54,3% dos entrevistados comerciantes de bairros e 45,7% do Centro, dos quais 44,3% são do segmento de serviço e 55,7% do segmento comercial.
A pesquisa aponta que 51,4% dos empresários entrevistados aderiu aos programas de ajuda do Governo Federal. Os que aderiram foram sobretudo para suspensão de contrato (48,7%), redução da carga horaria (22,2%), redução de salários (22,2%) e outros (6,9%).
A maioria dos empresários (76,7%) disseram que não pretendem demitir seus colaboradores. Um dado relevante foi que 37,9% dos empresários entrevistados demonstraram ter interesse em adotar o sistema de home office para algum setor de colaboradores da sua empresa. No setor de serviços esse indicador alcançou 55,7% de interesse e no setor comercial ficou em 24,1%. A questão do home office pode ser entendida também quando se pensa na adoção de estratégias de virtual seller, e algumas atividade administrativas.
Os entrevistados apontaram sua preocupação com a equipe ao destacarem a importância do incentivo a capacitações, treinamentos on-line, palestras e lives. O percentual de 77,1% dos entrevistados concordaram com essa discussão propositiva de fortalecer o conhecimento durante o período de pandemia.
Expectativa segundo semestre
As expectativas para este segundo semestre são positivas para 90% dos entrevistados. A retomada gradual do fluxo de clientes, e as vendas reprimidas provocam uma esperança crescente de recuperação econômica, mesmo com a dificuldade ocorrida com a perda real no rendimento médio de muitas classes trabalhadoras.
Esse contexto positivo foi corroborado também pela possibilidade de renegociação de dívidas, visto que 49,3% dos empresários declaram ter conseguido estabelecer esse feito com fornecedores e credores. Isso permite dar um fôlego e esperança na continuidade do seu negócio. Os dados coletados apontam que 28,6% deles não conseguiriam manter ativo o seu negócio caso essa imposição de quarentena fosse mantida por mais tempo.
A pesquisa reforçou a importância do cuidado com a saúde pública em geral, pois foi um foco de preocupação com o futuro. Nesse sentido também 81,4% dos empresários entrevistados disseram não ter contraído (suspeita ou confirmação) a COVID-19. Todavia, aumentaram os casos de COVID-19 nos seus colaboradores, comparando-se com a primeira pesquisa realizada em abril, passou de 3,9% para 50%.
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